São Paulo, domingo, 10 de setembro de 1995
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Demissão pode ser evitada com criatividade

LUÍS PEREZ
EDITOR-INTERINO DE EMPREGOS

O número de demissões bateu recorde no setor industrial na semana passada. Para enfrentar a crise, consultores e empresas recomendam um remédio: criatividade.
Várias medidas têm sido tomadas para prevenir dispensas. Uma das mais criativas foi adotada pela Volvo (indústria automobilística), que criou o "Banco de Horas".
Na prática, trata-se da conversão das horas não-trabalhadas em débitos para os empregados. Eles trabalham de segunda a quarta e folgam na quinta e na sexta.
Quando a situação melhora, os funcionários pagam os dias parados, trabalhando aos sábados ou estendendo a jornada diária.
A empresa já aplicou essa fórmula no ano passado, com sucesso. O principal objetivo da Volvo é evitar dispensas.
"Demitir custa caro. Sempre traz custos e traumas", afirma Carlos Morassutti, 38, diretor de assuntos corporativos e RH (recursos humanos).
O próprio governo federal estuda a criação de mecanismos. Um deles prevê redução temporária do número de trabalhadores sob o compromisso de recontratá-los. O outro é estabelecer o contrato de trabalho por tempo determinado.
Quando o negócio é remediar, o demitido tem que manter os pés no chão. "O mundo passa por reduções de estruturas. A demissão pode ter a ver com a pura e simples extinção do seu cargo", diz o consultor Simon Franco, 56, da Simon Franco Recursos Humanos.
O consultor e autor do livro "Fui Demitido: e Agora? - A Demissão Não é o Fim", Gutemberg Brito de Macedo, 50, afirma que não existe "demissão indolor".
"É preciso aproveitar para reciclar. Aproveite para treinar, por exemplo, técnicas de entrevistas."

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