São Paulo, terça-feira, 12 de setembro de 1995
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E o Flamengo vai à Lua com o Apolinho

MATINAS SUZUKI JR.

Ou o futebol brasileiro acaba com o seu calendário ou o calendário brasileiro acabará com o seu futebol

Meus amigos, meus inimigos, já que a Apollo-13 está de novo em cartaz, o Flamengo chamou o Apolinho para técnico.
Se arrumou um bom técnico, o Mengo ainda não sabe. Mas que, como dizia a antiga canção, arrumou um bom fraseado, isso sim, arrumou.
Só esperamos que a diretoria do Flamengo não esteja definitivamente na Lua.

Ou o futebol brasileiro acaba com o seu calendário ou o calendário brasileiro acaba com o seu futebol.

Tá certo, Helena. Dou minha mão à palmatória. Com o Marcelo Souza, o Corinthians perdeu vários jogos. Sem ele, ganhou do Flamengo.
Mas o valoroso Ezequiel está longe de preencher os requisitos para alavancar o meio-campo do Corinthians. Para realizar algo assim como a atividade que o Roque desenvolve na meia-cancha da Lusa.

O jogo noturno do domingo ainda não emplacou no campo. Emplacará na TV?

Houve pelo menos uma regressão no Campeonato Brasileiro, em relação ao Paulista: a ausência de número fixo por jogador. A numeração fixa foi adotada nos principais campeonatos europeus.
Junto com outra medida muito boa: o nome do jogador é obrigatório nas costas. Não é nada, não é nada, ajuda nas transmissões de rádio e TV e ajuda a identificar mais facilmente os jogadores.

A adoção da contagem de três pontos para vitória nos principais torneios do mundo gerou duas consequências: a adoção de táticas mais ofensivas -nova tendência entre os times europeus- e a necessidade de se evitar o empate, que é um resultado quase punitivo.
Na prática, como sempre pediu o Jô Soares, o empate passou a ter um peso menor do que tinha anteriormente, quando computava a metade dos pontos positivos para os dois lados.
Só falta agora completar a tarefa: não contar ponto para ninguém quando o empate ficar em zero a zero. Times que não tiverem competência para marcar gols, não merecem ser premiados com nenhum ponto positivo, OK?

Amanhã, começa a Copa dos Campeões da Europa. Em uma das chaves, o atual campeão, Ajax, pega o campeão espanhol, o Real Madrid -que já avisou que dará prioridade a este torneio.
Jogão de bola à frente, em uma fase de boa transição no futebol europeu. O Ajax joga com um olho na América do Sul, mais precisamente, no Grêmio, e outro, apertadinho, em Tóquio.

Por falar em Real (que, na Espanha, é apenas Madrid), uma questão para a qual ainda não encontrei resposta. Qual foi o melhor time do mundo: o Santos, da dupla Pelé-Coutinho, ou o Real da dupla Di Stefano-Puskas (aliás, dois times que jogavam inteiramente de branco)?

Como tenho horror à xenofobia, o último refúgio dos calhordas, quando o futebol internacional começa a ficar a todo vapor, como agora, é que eu me sinto em casa. Na casa do planeta fut.

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