São Paulo, quinta-feira, 14 de setembro de 1995![]() |
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Stephanes afirma que Estado está quebrado
CLÓVIS ROSSI
"O Orçamento de 96 prevê gastos de R$ 38 bilhões com o pagamento do funcionalismo público, ativos e inativos, e apenas R$ 1 bilhão para toda a rede viária", disse. "Esses dados demonstram que o sistema quebrou e, o que é pior, não sabe que quebrou". Stephanes considera "gravíssima" a situação do setor público, a partir de outra comparação. "Os governos podem parar de admitir, mas não podem parar de aposentar funcionários, que acabam ganhando na aposentadoria de 20% a 50% mais do que ganham na ativa", afirma o ministro. Resultado, sempre segundo Stephanes: "Em 10 anos mais, a conta dos inativos será maior do que a dos ativos. Na administração federal direta, já é assim". Nos Estados, caminha-se para um quadro idêntico. O ministro usa o exemplo de seu próprio Estado, o Paraná, que, "mesmo sendo bem organizado, gasta 81% de sua receita com o funcionalismo, incluídos ativos e inativos". Stephanes diz ter ficado impressionado com os números citados em recente reunião de que participou em Belo Horizonte. Um deles: na Brigada Militar, a Polícia Militar gaúcha, há 320 coronéis na reserva e apenas 22 trabalhando. Em Minas, é pior ainda: 550 coronéis na reserva e só 25 trabalhando. Por tudo isso, de acordo com os cálculos de Stephanes, o conjunto do setor público gasta, com funcionários ativos e inativos, mais do que o setor privado. "Na Alemanha, o gasto do setor público é de apenas 20% do setor privado". A partir dessas constatações, Stephanes considera uma "grave irresponsabilidade" a eventual não-aprovação da reforma previdenciária. Mas ele não exibe muita confiança na sua aprovação pelo Congresso ao menos este ano. "Não posso transmitir desânimo, mas, sendo realista, reconheço que o quadro não é dos mais favoráveis", diz. Texto Anterior: Pena de cassação é suprimida Próximo Texto: PPR e PP se fundem e querem ministério Índice |
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