São Paulo, quinta-feira, 14 de setembro de 1995
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Relação PT-PDT vai piorar, diz Brizola

AZIZ FILHO
DA SUCURSAL DO RIO

O ex-governador Leonel Brizola (PDT) disse ontem que a decisão dos cinco deputados estaduais do PT do Rio, de votar pela rejeição das contas de seu governo, vai "agravar as incompreensões que existiam" entre PT e PDT.
"Os companheiros lá nas bases terão dificuldade de entender uma questão como essa", disse, admitindo pela primeira vez a ligação entre o voto dos petistas e a aproximação nacional entre PT e PDT.
As declarações foram feitas após depoimento de Brizola na Comissão de Orçamento da Assembléia. A comissão analisa hoje se volta atrás na decisão de rejeitar as contas de 94 de Brizola e Nilo Batista (de maio a dezembro).
A sessão foi marcada por discursos emocionados e pelo confronto verbal entre Brizola e o deputado Marco Antonio Alencar (PSDB), filho do governador Marcello Alencar (PSDB).
Marco Antonio convenceu os 16 deputados do PSDB a fechar questão pela rejeição das contas. O líder do PSDB, Alair Corrêa, defendia a aprovação.
Brizola pediu ao PT para rever a decisão de rejeitar as contas. A rejeição permite à Assembléia abrir processo de crime de responsabilidade, que pode tornar Brizola inelegível por oito anos.
A comissão é presidida pelo filho de Alencar. "Os senhores conhecem o deputado e sabem como a comissão será isenta. Gostaria que me livrassem dele", disse Brizola aos petistas.
O líder do PT, Carlos Minc, disse ter recebido anteontem telefonemas de Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente do PT, José Dirceu. Os dois pressionam a bancada para votar com o PDT.
Brizola acusa Marcello Alencar, seu ex-companheiro de PDT, de articular a rejeição das contas para cassar seus direitos políticos e afastá-lo do cenário político.

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