São Paulo, quinta-feira, 14 de setembro de 1995
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Brasília enfrenta maior seca desde 1970

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Brasília completou ontem 121 dias sem chuva, o maior período de seca desde 1970.
Para piorar a situação do 1,8 milhão de habitantes da capital federal, a umidade relativa do ar mantém-se em níveis próximos aos de um deserto: ontem foi de 19% às 12h e às 13h.
No deserto do Saara, o maior do mundo, na África, a taxa de umidade é de cerca de 5%.
O longo período de seca tem efeito direto nas crianças e em pessoas com problemas respiratórios. Isso faz com que o atendimento de nebulizações em hospitais da rede pública tenha aumentado 30%.
Se não chover em uma semana, será quebrado mais um recorde, o de 1967, quando o Distrito Federal ficou sem chuva por 128 dias.
A seca mais longa foi registrada em 1963, quando a região teve 163 dias de estiagem.
Este ano a umidade relativa do ar chegou a 13% duas vezes: anteontem e no dia 2 deste mês.
A menor umidade registrada em Brasília ocorreu no ano passado, quando chegou a 9%. Quando isso aconteceu, as aulas nas escolas públicas e particulares foram suspensas. Neste ano, não há previsão de medidas desse tipo.
Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a previsão é de que a umidade aumente nos próximos dias, por causa da aproximação de frentes frias na região Centro-Oeste. No entanto, não há previsão de chuvas.
'Quebra-galho'
Para fugir dos efeitos da falta de umidade, os moradores de Brasília têm apelado para soluções paliativas. Os sintomas mais frequentes da seca são ardência nos olhos e no interior das narinas e secura da pele. Algumas pessoas podem ter sensação de vertigem.
Além das precauções recomendadas pelos médicos, como beber o máximo de água possível e pingar soro fisiológico no nariz, os brasilienses usam a criatividade.
Um dos "quebra-galhos" é colocar uma bacia cheia de água no quarto, durante a noite, ou espalhar toalhas molhadas pelo aposento, para aumentar a umidade.

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