São Paulo, sábado, 16 de setembro de 1995
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Cúpula do PT não vê programa gratuito

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA REPORTAGEM LOCAL

Luiz Inácio Lula da Silva e Aloízio Mercadante não assistiram ao programa do PT que foi ao ar, durante uma hora, anteontem à noite em rede nacional de TV.
Os dois foram alvo das ironias do ator Pedro Cardoso no programa. Disseram que estavam envolvidos com atividades do partido. O presidente do PT, José Dirceu, disse que estava em trânsito no momento da transmissão.
O programa desagradou a ala xiita do partido. "Foi dirigido para público de festival de cinema e podia ter sido passado na mostra do Espaço Banco Nacional", chegou a dizer Markus Sokol, um dos líderes da corrente trotskista "O Trabalho", de extrema esquerda.
O programa, disse Sokol, deveria ter sido direto, "tinha de ser mais 'bráulio"' -referência ao nome dado ao pênis na campanha do governo de prevenção à Aids.
O que faltou mesmo, disse ele, foi falar sobre o governo de Fernando Henrique Cardoso. "Mostraram outros presidentes de forma crítica e cômica, mas não mostraram FHC. Será que somos menos oposição a FHC do que fomos aos outros?", perguntou.
O deputado federal Ivan Valente, ligado à facção "Força Socialista", não viu o programa ("estava viajando"), mas disse que ouviu comentários de petistas "insatisfeitos" com o resultado final.
A presença do ex-presidente José Sarney (PMDB) no vídeo petista também foi atacada. "Pegou mal ele (Sarney) defendendo os meios de comunicação", disse.
Sarney disse ter gostado do programa, no qual também foi satirizado. "Eu só gostaria de me solidarizar com o Mercadante, que foi muito atacado", brincou.
A deputada federal Telma de Souza, da Executiva Nacional do PT, defendeu o programa. "Teve impacto e saiu da monotonia dos programas políticos."

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