São Paulo, sábado, 16 de setembro de 1995
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Ford decide reexportar 3.500 dos 35 carros encalhados

Ford reexporta 3.500 carros encalhados

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Dentro de dez dias, a Ford começa a reexportar parte do seu estoque de 35 mil veículos importados. O primeiro lote a sair do país terá 3.500 unidades, 10% do total.
A montadora é a primeira empresa a tomar a decisão de revender para outros países uma parte dos carros encalhados nos portos.
A possibilidade de reexportação foi regulamentada pelo governo no dia 8 de setembro.
O estoque total de carros importados no Brasil chega a 129 mil unidades. Esse volume, segundo os revendedores, é suficiente para oito meses de venda.
"Vamos exportar parte do nosso estoque para Argentina, Europa e Estados Unidos", explica Célio Batalha, diretor de Assuntos Governamentais da Ford.
Segundo Batalha, ainda não estão definidos os modelos que serão reexportados.
A Ford importa os automóveis Fiesta, Mondeo e Taurus, a picape Ranger e o jipe Explorer. O Fiesta vem da Espanha e o Mondeo, da Bélgica. Os demais modelos são importados dos EUA.
"Não vamos simplesmente devolver os carros para os países de onde vieram. Vamos exportá-los para mercados em condições de absorver os produtos", afirma Batalha.
O diretor da Ford define a reexportação como uma "operação complicada, que não vai dar lucro". O objetivo da empresa, diz, é "otimizar recursos". Ou seja, a Ford quer reduzir seus prejuízos com a manutenção do estoque.
As demais montadoras -Volkswagen, Fiat e General Motors- não têm planos para reexportar veículos.
Emílio Julianelli, presidente da Abeiva (associação dos importadores de veículos), diz que os importadores de marcas sem fábricas no país "não estão vendo com muito entusiasmo" a possibilidade de mandar o estoque para fora do país.
Segundo Julianelli, um dos grandes obstáculos para a reexportação dos carros é a dificuldade de encontrar países interessados em comprar carros modelo 95, porque os modelos 96 já estão no mercado.

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