São Paulo, sábado, 16 de setembro de 1995 |
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Sujeira na pista revolta os pilotos do GP de motos
MÁRIO MAGALHÃES
Os pilotos reclamaram do acúmulo de pó e areia sobre a pista, oriundos do entulho da obra de reforma do circuito. Eles disseram que saiu óleo do asfalto, novo, o que tornou a pista escorregadia. Não houve acidente grave. O principal problema apontado pelos motociclistas foi a falta de "emborrachamento" da pista. Para eles, carros deveriam ter rodado por duas semanas no circuito para passar borracha dos pneus para o asfalto, tornando a pista mais aderente. "Foi o circuito mais problemático em que andei na minha vida", disse o piloto italiano Loris Reggiani (categoria 500 cilindradas). "Digo isso incluindo as pistas em que andava de mobilete na infância. Por pouco, a pista do Rio não pode ser usada para motocross (motociclismo com obstáculos)." Outro piloto italiano, Roberto Locatelli (250 cc), afirmou ser contra competir no Rio. "Para ser honesto, é impossível correr nessas condições." As reclamações foram feitas após o treino livre matinal, com pista seca. No treino livre, o desempenho não vale para definição na largada da prova de amanhã. À tarde, antes do treino oficial, começou a chover. "A mistura da sujeira com a chuva deixou a pista em condições inacreditáveis", afirmou o alemão Ralf Waldmann. "É como correr sobre gelo." Depois do treino matinal, o campeão mundial das 500 cc, o australiano Michael Doohan, exigiu do diretor da prova, Roberto Nosetto, limpeza de emergência. Doohan negou que tivesse ameaçado liderar boicote contra a corrida. Um caminhão "varreu" sujeira dos pontos mais críticos. Doohan se recusou a entrar na pista à tarde. Alegou falta de segurança. Nas 500 cc, foi o único a tomar essa decisão. Na madrugada, também houve limpeza, mas o vento levou para a pista novos detritos do entulho da obra, não retirado do autódromo. Os problemas na pista não foram os únicos que irritaram os pilotos. Anteontem, faltou energia nos boxes por quase 4 horas. Foi preciso trocar as instalações elétricas, na véspera do primeiro treino. A reforma já dura quatro meses e continua até 96, quando o autódromo abrigará prova da Indy. O comissário do GP Lincoln Duarte respondeu aos pilotos. "É impossível não haver areia num circuito próximo à praia. Sete caminhões têm limpado a pista. A questão é que a pista é nova." LIGUE a partir das 18h para o Folha Informações Esporte, 900-0316, e saiba o grid do GP Brasil de Motociclismo, 11ª etapa do Campeonato Mundial. A ligação custa R$ 1,17 por minuto e o serviço funciona no Estado de São Paulo Texto Anterior: Em crise, Botafogo tenta chegar à liderança hoje, contra o Grêmio Próximo Texto: Sob chuva, brasileiro faz a pole provisória Índice |
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