São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 1995 |
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Prefeito do PPB defende sem-terra no Paraná
JOSÉ MASCHIO
Ontem, o prefeito Mário José Amadigi (PPB), 47, viajou para Curitiba. Ele disse que iria tentar, durante esta semana, que o governador Jaime Lerner e a Superintendência do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) intercedessem junto à 9ª Vara da Justiça Federal "para apressar a emissão do título de posse e acabar o drama das famílias que vivem na fazenda". Embora não tenha números exatos, o prefeito afirma que os assentados participam com cerca de 30% da arrecadação de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do município. A fazenda onde estão os sem-terra, de 10.400 hectares, foi desapropriada em 1988. Desde então, o grupo Atalla, proprietário da área, e o Incra disputam a área. Sem a emissão de posse, os sem-terra não conseguem acesso às linhas de financiamento oficiais (do governo federal e do governo do Paraná) para produzir no local. "A gente planta, produz há sete anos, mas não tem condições de implantar as melhorias necessárias por escassez de recursos", afirma Pedro Cabral, 42, da coordenação-geral do assentamento. A produção Na fazenda Pontal do Tigre, os sem-terra instituíram três modelos distintos de produção: a individual, a individual associada e a coletiva. Os sem-terra que saíram do noroeste do Paraná (ex-bóias-frias) e os ex-arrendatários do grupo Atalla permanecem com produção individualizada em seus lotes. Só se associam aos demais na utilização de uma máquina de beneficiamento de arroz que mantêm na cidade de Querência do Norte. Os oriundos do oeste e sudoeste do Estado optaram pelo trabalho em lotes individuais com associação apenas na produção de arroz. É o sistema chamado individual associado. No sistema coletivo, a experiência mais bem-sucedida é a da Cooperativa de Produção Agropecuária Conquista. São 17 famílias que coletivizam 193,6 hectares. Na última safra de verão, a Copaco produziu 4.500 sacas de arroz, 2.000 arrobas (fardos de 15 quilos) de algodão e 2.000 sacas de milho. Texto Anterior: Pertence quer STF julgando conflitos Próximo Texto: Católicos debatem função das CEBs na política Índice |
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