São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 1995
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Direção quer voto favorável a Brizola

DENISE MADUEÑO

DENISE MADUEÑO; SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

SERGIO TORRES
O Diretório Nacional do PT, reunido ontem em Brasília, decidiu enquadrar o Diretório do Rio de Janeiro e determinou que seus deputados estaduais aprovem as contas do ex-governador Leonel Brizola (PDT).
Apesar da determinação, os cinco deputados petistas no Rio deverão votar em branco na sessão que analisa as contas do ex-governador. A votação ocorre amanhã, na Assembléia Legislativa.
A sessão decide a aprovação ou rejeição das contas de 1994 do ex-governador e de seu vice, Nilo Batista, que assumiu o governo quando Brizola passou a disputar a eleição presidencial.
Para o deputado Carlos Minc, o voto em branco é a saída que a bancada estadual petista encontrou para não desobedecer à determinação do diretório nacional. Os deputados estavam dispostos a votar contra a aprovação das contas.
O diretório decidiu que os deputados estaduais petistas não devem votar pela rejeição das contas.
Para os deputados -Heloneida Studart, Marcelo Dias, Minc, Neirobis Nagae e Tânia Rodrigues-, o diretório não determinou o voto pró-Brizola e Batista.
Com o voto em branco, não haverá desobediência, disse Minc. "O diretório deliberou pela não-rejeição das contas. Não votaremos a favor. Votaremos em branco, que significa não às contas e não à cassação do Brizola."
Com os votos em branco do PT, melhora a perspectiva de aprovação das contas. Levantamento da Folha indica que 27 deputados planejam votar pela rejeição, 29 pela aprovação, nove ainda não foram definidos e, agora, os cinco petistas votariam em branco.
Reunida no final de semana, a direção do PT decidiu ainda condicionar o apoio à proposta de criação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) a uma série de exigências. Na prática, elas inviabilizam a votação favorável à proposta.
O PT concorda em apoiar a contribuição para a saúde se o governo retirar a proposta de recriar o FSE (Fundo Social de Emergência), entre outras condições.
No encontro, o PT reafirmou a oposição a Fernando Henrique Cardoso e exigiu a saída do partido de integrantes do governo.
A primeira vítima é o petista Augusto de Franco, que pertence ao Conselho Consultivo do programa Comunidade Solidária.

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