São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 1995 |
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Selmi abocanha mercado de massas
SUZANA BARELLI; EDUARDO BELO; MARTA AVANCINI
No bimestre julho/agosto, a Selmi passou a deter 8,2% de um mercado estimado em 200 mil toneladas mensais. A Adria vem logo a seguir, com 7,8%. Os dados são da Nielsen, instituto de pesquisa de mercado. "A liderança é resultado de um trabalho de cinco anos investindo em equipamentos, aumento de produção, qualidade e distribuição", diz Paulo Roberto Herrmann, diretor comercial da Selmi. Herrmann não revela o volume de investimentos, mas afirma que a empresa tem procurado se diferenciar no mercado, com lançamentos de produtos e atuação em nichos próprios. "Fomos, por exemplo, os primeiros a lançar um macarrão feito com trigo duro", conta. O trigo duro, não produzido no Brasil, é a matéria-prima dos famosos macarrões italianos. A diretoria da Adria, empresa adquirida recentemente pela Quaker, não foi localizada pela Folha Sudeste para comentar a pesquisa. Investimento A Selmi não está isolada na política de investir em macarrão, um mercado pulverizado que enfrenta problemas com a atual alta do preço do trigo no mercado mundial. "As empresas estão investindo para não perder espaço com a globalização e porque acreditam no potencial do mercado brasileiro", diz Aluísio Quintanilha, presidente da Abima (Associação Brasileira de Massas Alimentícias). O melhor exemplo, diz Quintanilha, é que cada brasileiro consome 4,5 quilos de macarrão por ano. Na Argentina o consumo pula para dez quilos e nos Estados Unidos, para 12 quilos. A J.Macedo, uma das três maiores produtoras brasileiras de massas, está aplicando US$ 1 milhão em 95 para aumentar o consumo das marcas Brandini e Premiata (esta última, feita em associação com a Sadia e que será lançada neste ano no mercado nacional). Nelusco Linguanotto, diretor de marketing da empresa, diz que a Selmi planeja chegar, em um ano, a 12% do mercado paulista de massas (hoje, menos de 8% em São Paulo). Importados A Santista Barilla, empresa criada há três meses para distribuir os produtos da Barilla (italiana), já estuda meios de trazer a tecnologia européia para o Brasil. "Em princípio, vamos continuar importando. Mas estamos dispostos a produzir com a qualidade Barilla no Brasil", diz Roberto de Azevedo, presidente. A empresa espera trazer 300 toneladas por mês. A tecnologia italiana deverá reforçar as quatro marcas que a Santista fabrica no país: Petibon (SP), Madre Massas (GO), Paraíba e Favorito (PB). A associação planeja, ainda, investir US$ 15 milhões no próximo ano em instalações e US$ 20 milhões em pesquisa de novos produtos e marketing. Outra italiana, a Parmalat, importa seu macarrão, em pequena escala, para o Brasil. A empresa diz que a importação visa criar o hábito no brasileiro de consumir a massa e que, no futuro, estuda sua produção no país. Colaboraram EDUARDO BELO, da Reportagem Local e MARTA AVANCINI da Folha Sudeste Próximo Texto: Associação quer selo de qualidade Índice |
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