São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 1995
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A vez da América

CIDA SANTOS

Os EUA são os campeões do Grand Prix e mostram que há algo de novo no reino do vôlei.
Cuba, campeã mundial, olímpica e considerada imbatível, parece já fazer parte do mundo dos mortais.
E, como tal, sujeita a instabilidades e derrotas. O certo é que as cubanas não podem mais vacilar: Brasil e EUA estão em seu encalço, dispostos a iniciar uma nova ordem mundial.
Em 94, quando o Brasil venceu Cuba na fase final do GP, parecia um feito inédito, desses que acontecem a cada 10, 20, 100 anos.
A final do Mundial, em São Paulo, reforçou essa impressão. As cubanas pareciam de outro mundo. Pegavam a bola lá no céu, a mais de 3,20 m, e eram como uma visão impossível para o bloqueio brasileiro.
Por isso, a partida mais significativa do time brasileiro foi a de sábado contra Cuba. O Brasil já tinha ganhado das cubanas duas vezes nesta temporada: na BCV Cup e no quadrangular classificatório do GP, no Japão. Mas nos dois jogos sempre ficava a pergunta: será que Cuba jogou completa?
No sábado, estava todo mundo na quadra: Mireya, Regla Torres, Magaly Carvajal e cia. O que mais impressionou no jogo foi a defesa e principalmente o bloqueio brasileiro, que tocou em quase todas as bolas cubanas. No quarto set, foi um luxo: dois bloqueios triplos na Mireya, a atacante voadora, que alcança uma bola a 3,35 m.
Ok, você pode argumentar que Cuba, que também perdeu para os EUA, não estava bem fisicamente. E parecia não estar mesmo. Mas, por outro lado, fica outra pergunta no ar: quantas vezes é preciso derrotar Cuba para a gente se convencer que alguma coisa de nova acontece no mundo do vôlei?
Os cubanos já sabem que a distância deles em relação a Brasil e EUA já não é mais tão grande. De antenas ligadas, o técnico cubano, Eugênio Jorge, disse que essas duas seleções vêm evoluindo muito nos últimos tempos.
Digo mais: uma nova geografia está em vigor. Quem manda hoje no vôlei é a América.
Dos finalistas do Grand Prix, três são do continente americano: Brasil, EUA e Cuba.
A novidade foi a evolução dos EUA. Do sexto no Mundial de 94, saltaram para o primeiro lugar. A campanha foi perfeita: em 15 jogos, uma derrota. Mais uma prova que vão dar trabalho em Atlanta. Já o Brasil não conseguiu o ouro, mas manteve a tradição dos últimos anos de chegar à final.

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