São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 1995
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Titã corintiano quer participar da campanha "Fome de Bola"

DA REPORTAGEM LOCAL

O baterista do Titãs Charles Gavin, 35, é corintiano doente. Sempre que pode, ele vai aos estádios ver seu time jogar.
Só que agora, assustado com a violência das torcidas, não veste mais a camisa do "Timão". "Sei que se eu fizer isso posso apanhar."
Para poder vestir a camisa do corintians e ir aos estádios com ela, Charles está se engajando na campanha "Fome de Bola", organizada pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho.
Segundo ele, participar da campanha é "uma obrigação de qualquer pessoa que se preocupe com cidadania. Não tem como fugir disso".
"É importante falar muito do assunto. Porque só assim as pessoas podem modificar seu jeito de pensar e agir nos estádios."
Para o titã, o importante é identificar quais são as causas para tanta violência entre as torcidas e não só condená-las.
"É muito fácil ficar condenando a violência e simplificando as causas", diz.
Para ele, as causas são complexas. "As pessoas que participam das brigas são jovens que não têm o que fazer. Não têm como ganhar a vida. O que eles estão fazendo é descarregar as suas tensões de uma maneira que não é legal", diz.
Ele acha que proibir o uso de uniformes de organizadas nos estádios não vai resolver o problema. "O brasileiro gosta muito de futebol, tirar as pessoas dos estádios não resolve nada", diz.
Charles diz que pretende participar da campanha "fazendo tudo o que for necessário".
Isso se tiver tempo. É que o baterista está trancado em um estúdio gravando o próximo disco dos Titãs, "Domingo". Mês que vem ele viaja para para Seattle, nos Estados Unidos, onde o disco será finalizado.

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