São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 1995
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O jogador Patrick Ewing quer os teens na escola e longe das drogas

FÁBIO SORMANI
COLUNISTA DA FOLHA

Quem imagina que a cara enfezada de Patrick Ewing é permanente, se engana. Com seus 2,13 m de altura e 115 quilos de puro músculo, fora das quadras, ele não economiza sorrisos e em muitas vezes é generoso nas gargalhadas. Fica derretido com a garotada e está sempre disposto a responder a qualquer pergunta.

Folha - Quantos anos você tinha quando foi para os EUA?
Patrick Ewing - 13.
Folha - Para jogar basquete?
Ewing - Exato. O engraçado é que em Kingston (capital da Jamaica), onde nasci, meus amigos riram de mim quando eu disse que ia para os EUA para jogar basquete. Eu já era grande, mas todos achavam que eu não tinha jeito.
Folha - É verdade que você jogou tão bem no high school (colegial) que recebeu convites para ir para a NBA?
Ewing - Sim, mas decidi ir para a universidade. É importante a experiência de jogar o campeonato universitário e ter diploma.
Folha - Em que se formou?
Ewing - Finanças.
Folha - Pelo o que entendi, você reprova a atitude do Kevin Garnett (jogador que saiu direto do high school para a NBA)?
Ewing - Não cabe a mim julgar suas atitudes. Se ele se sentia pronto para ir para a NBA, então ele tomou a decisão correta. Mas penso que ele deveria estar pronto para no futuro retornar à escola.
Folha - Esta é a mensagem que você passa aos teens?
Ewing - Sim, fiquem na escola, estudem, porque nada é mais importante do que o diploma. Além disso, fiquem distantes das drogas e sempre acreditem em si. E trabalhe duro o quanto puder.
Folha - E o Oscar?
Ewing - Ele é um excelente jogador, trabalha duro, é dedicado. Em quadra, tem um ótimo arremesso e um passe perfeito. Ele lembra muito o Larry Bird (ex-jogador do Boston Celtics). Adoraria tê-lo visto na NBA.
Folha - A NBA terá greve?
Ewing - Com certeza vai haver a próxima temporada, porque todos os jogadores querem jogar.

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