São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 1995 |
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Dólar forte Há poucas semanas o dólar batia recordes de desvalorização nos mercados globais. A queda foi especialmente acentuada em relação ao iene. Os mercados pareciam perder qualquer noção de piso, tendo a moeda norte-americana desabado rumo aos 80 ienes. Nos últimos dias, os mercados passaram por reversão tão acentuada quanto o mergulho anterior e o dólar, agora, vale mais de 100 ienes, batendo em alguns momentos na casa dos 103 ienes, a cotação mais alta do último ano e meio. Há fatores domésticos, na economia americana, que explicam essa notável revalorização dos "greenbacks". O Fed (banco central dos EUA) realizou nos últimos dois anos uma admirável gestão monetária, ora evitando o superaquecimento econômico, ora recuando diante de sinais de contração das atividades e recuo da inflação. Mas há também a ação coordenada dos bancos centrais do Japão e da Alemanha, que reduziram suas taxas de juros, tornando mais atrativos os instrumentos financeiros em dólar. A onda de fragilidade bancária no Japão certamente contribui ainda mais para fazer da corrida ao dólar uma estratégia segura. Para o Brasil, essas oscilações trazem alguns riscos com os quais a política econômica terá de se haver. O câmbio é âncora da estabilização e, atrelado ao dólar, com ele se valoriza e assim afeta a competitividade dos exportadores. Se a nova onda do dólar forte perdurar, será mais difícil manter superavitário o comércio externo brasileiro. Texto Anterior: Goethe com cachaça Próximo Texto: De tecnologias Índice |
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