São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 1995
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Pato-do-mato vira iguaria nos cardápios

CARMEN BARCELLOS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O pato-do-mato, melhorado geneticamente na França, virou atração nos cardápios de restaurantes sofisticados do país.
Com carne macia e baixo teor de gordura, a ave, conhecida na França por "Canard de Barbarie" e nos EUA por "Muscovy Ducky", já é servida em cerca de cem restaurantes, como Roma Jardins, Laurent e La Casserole, em São Paulo.
O pato está sendo criado em confinamento, em Extrema (MG). A criação começou em 91, quando o engenheiro mecânico Luís Augusto Barreto resolveu tornar rentável seu sítio de lazer.
Atualmente, ele abate no frigorífico montado no próprio sítio cerca de 700 animais por semana, que rendem 1.750 kg de carne.
Barreto não revela seus custos e ganhos. Mas, com uma produção mensal média de 7.500 kg de carne, vendida a R$ 5,00/kg (pato inteiro), o faturamento mensal deve girar em torno de R$ 40 mil.
Os cortes de peito desossado são vendidos a R$ 18,50/kg e os de coxa, por R$ 2,30/kg.
O criador conta com 1.200 matrizes (fêmeas destinadas exclusivamente para a procriação).
Todas são importadas do grupo francês Grimaud, que atua há mais de 20 anos no melhoramento genético da espécie.
O pato-do-mato (Cairina moschata), originário da América do Sul, foi aperfeiçoado na França.
"Depois de inúmeros cruzamentos, os franceses conseguiram patos com 40% a menos de gordura e até 50% a mais de carne de peito", afirma Barreto.
Os cruzamentos também originaram aves brancas, que facilitam a limpeza da pele e a apresentação final do produto. A cor original é preta com reflexos metálicos.
Toda a tecnologia utilizada por Barreto, desde a fórmula da ração até os detalhes das instalações, também é fornecida pela Grimaud.
Para garantir a maciez da carne, os machos são abatidos precocemente, com 12 semanas, quando atingem o peso de 4,7 kg.
As fêmeas são abatidas em dez semanas, com 2,7 kg. Segundo Barreto, o macho rende 3,2 kg de carne e a fêmea, 1,8 kg.
O sítio dispõe de dois galpões que abrigam mil aves por semana, incubadeira para 12 mil ovos, frigorífico e equipamentos para congelamento e embalagem.
A meta de Barreto, até abril de 96, é abater 2.000 patos/semana.

ONDE SABER MAIS:
Sítio São Luís, tel. (035) 435-1121.

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