São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 1995 |
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Restrições a pesquisas dividem senadores
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA A maioria dos senadores ouvidos pela Folha quer eliminar as restrições à divulgação de pesquisas eleitorais do projeto de lei que a Câmara dos Deputados aprovou na semana passada.O risco de fazer alterações é que o projeto não seja aprovado até o dia 3 de outubro. Neste caso, todos os esforços do Congresso serão ignorados e caberá à Justiça Eleitoral regulamentar a matéria. Qualquer mudança no projeto aprovado obriga a proposta retornar à Câmara. O senador José Fogaça (PMDB-RS) diz que perder o prazo "é preferível a que nós tenhamos que chancelar um texto da Câmara sem discussão". A seguir, as opiniões de alguns senadores sobre as restrições às pesquisas: Esperidião Amin (PPB-SC) - "É inócuo, não traz benefício à eleição. É o mesmo que permitir a notícia de que alguém levou um tiro, mas proibir de se explicar que, se fosse atingida um pouco mais acima, a pessoa morreria". Jáder Barbalho (PMDB-PA), líder do partido no Senado - "Acho que devem ser proibidas pesquisas em um determinado período, não só as análises". Ney Suassuna (PMDB-PB) - "Desconfiam que o povo brasileiro é idiota. Os números já não vão indicar quem está liderando? Então por que proibir as análises das pesquisas?" Romeu Tuma (sem partido-SP) - "É pior divulgar pesquisa sem análise. Ela é que impede que se induza o voto". José Fogaça (PMDB-RS) - "Isso fere a Constituição. Se for aprovado, a Folha conseguirá no Supremo Tribunal Federal liminar para publicar o que quiser, como já aconteceu antes". Sérgio Machado (PSDB-CE), líder do partido - "Acho até que as pesquisas deveriam ser vetadas em determinado momento. Mas do jeito que está (no projeto aprovado pela Câmara), não adianta nada". Romero Jucá (PFL-RR) - "Pesquisa sem análise é meia pesquisa. Eleição não pode ser caixa preta". Eduardo Suplicy (PT-SP), líder do partido - "É uma censura à imprensa. Além disso é inócua, vai se encontrar um modo de divulgar as análises de uma maneira menos clara. O PT vai discutir e deve votar contra". Jefferson Peres (PSDB-AM) - "Sou a favor do item que fala sobre as pesquisas porque me senti prejudicado por elas nas últimas eleições. As pesquisas me colocavam em quarto lugar e eu fiquei em segundo. As pesquisas ajudam a determinar o eleitorado, que gosta de votar em quem vai vencer". Bernardo Cabral (PPB-AM) - "Sou contrário. Acredito que a pesquisa deva ser não só publicada como analisada. É uma grande qualidade da imprensa do país poder analisar este tipo de material, mostrando as tendências durante as campanhas". Texto Anterior: Reforma tributária trará perdas para os Estados, admite Jobim Próximo Texto: Requião quer desconto no IR Índice |
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