São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 1995 |
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Britto desloca forças policiais para Cruz Alta
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
O prazo dado pela Justiça para que os invasores saíssem da fazenda, de 2.100 hectares, acabou às 24h de sábado. Ontem à tarde, o governador Antônio Britto (PMDB) fez um "apelo público" à retirada pacífica e imediata dos sem-terra. Sem citar nomes, Britto disse que há pessoas, entre as quais deputados estaduais, que desejam ver sangue. "Os vampiros só aparecem quando tem sangue por perto", afirmou. O governador disse que, no Estado, "tem lei, tem governo e não vai ter sangue, embora tenha vampiro". Os sem-terra decidiram não deixar a fazenda, apesar da reintegração de posse obtida pelo proprietário, Hugo Hernandes, e da desapropriação, na semana passada, de duas áreas para reforma agrária em Tapes (102 km ao sul de Porto Alegre). Para os sem-terra, a medida é insuficiente. O secretário da Justiça e da Segurança, José Fernando Eichenberg, viajou ontem para Cruz Alta. Proprietários rurais cercam a fazenda, onde os sem-terra cavaram trincheiras e montaram armadilhas para enfrentar a PM. Na região, há outro problema envolvendo a reforma agrária. Cerca de 80 famílias de agricultores, despejados de uma fazenda invadida, estão acampados à beira da BR-158. Texto Anterior: Situação de assentados no Paraná depende de decisão do Supremo Índice |
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