São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 1995
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Roma adia dar nome de rua para fascista

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O prefeito de Roma, Francesco Rutelli, do Partido Verde, arquivou indefinidamente ontem seu projeto de dar o nome de uma rua a um dos responsáveis por leis anti-semitas da era fascista na Itália.
Ele abandonou temporariamente a idéia depois de pressão de grupos de judeus e de esquerdistas. O conselho da cidade havia aprovado o projeto na quinta-feira.
Segundo o plano, Giuseppe Bottai, ministro da Educação durante a ditadura fascista de Benito Mussolini, teria uma rua com seu nome nos jardins de Borghese.
Em 1938, Bottai criou leis que proibiam judeus de frequentar escolas e de ter empregos públicos. A comunidade judaica da cidade aprovou a decisão de Rutelli.
Uma declaração escrita do prefeito dizia que a decisão de adiar o projeto foi tomada para "encorajar o diálogo entre as várias culturas e religiões da cidade".
Segundo a declaração, a rua não será nomeada até haver "um clima de paz e compreensão".
Anteontem, centenas de pessoas tinham protestado contra o projeto, prometendo arrancar a placa com o nome do fascista se ela fosse colocada.
O prefeito afirma que dedicar uma rua a Bottai era uma contribuição à pacificação do país.
Ele justifica a escolha do nome de Bottai para a rua dizendo que o fascista contribuiu para a queda de Mussolini e elaborou lei de proteção ao patrimônio artístico.
A Aliança Nacional (ex-fascistas) disse que o adiamento da nomeação preocupava o partido.

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