São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 1995
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Construção civil lança manifesto unificado

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

Trabalhadores e empresários da construção civil lançaram ontem manifesto contra o desemprego e pelo fim da intervenção do governo nos contratos, que estaria impedindo lançamentos de imóveis.
Anunciaram também a realização, no dia 26, de ato público na praça da Sé, às 15h. Será a primeira manifestação a reunir empresários e trabalhadores do setor.
O manifesto, que será lido durante o ato público, pede ainda estabelecimento de diálogo permanente com o governo estadual, para, por exemplo, equacionar dívidas ainda não pagas.
O documento reivindica a retomada da construção de conjuntos habitacionais pelo governo do Estado e dos investimentos públicos.
Assinam o manifesto o Sinduscon (representa as construtoras), Secovi (corretoras), Sinicesp (construção pesada), a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil no Estado de São Paulo (independente, com 54 sindicatos). O movimento teve também o apoio da federação nacional dos trabalhadores ligada à CUT.
"Não há como negar a existência de contradições entre trabalhadores e empresários. Mas um ponto é comum: é preciso que haja empresas e trabalhadores para que essas contradições possam se manifestar", disse Douglas Martins, vice-presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil do Estado.
Em agosto, foram demitidos 27 mil trabalhadores no setor no Estado. Este ano, 43 mil postos foram fechados e em 12 meses, 51 mil. A construção civil emprega 650 mil trabalhadores em São Paulo.
"Estamos nos reunindo em defesa do nosso setor", disse Eduardo Capobianco, do Sinduscon. "Nossas empresas vão liberar funcionários para a manifestação", disse Ricardo Yasbek, do Secovi.

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