São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 1995
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Alencar divulga novos casos

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

Erramos: 21/09/95
O Palácio Guanabara (sede do Executivo do Estado do Rio de Janeiro) divulgou ontem dois casos que envolvem supostas irregularidades praticadas no governo anterior, do PDT.
Os casos foram divulgados no dia da votação das contas dos ex-governadores Leonel Brizola e Nilo Batista na Assembléia Legislativa do Estado.
Ex-pedetista, o governador Marcello Alencar hoje está filiado ao PSDB.
Os casos envolvem irregularidades que teriam acontecido na Secretaria Estadual de Trabalho e na Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) durante os governos de Brizola e de Batista. Batista assumiu o governo do Rio em 1992, quando Brizola candidatou-se à Presidência da República.
O primeiro caso envolve o emprego irregular, pela Secretaria de Trabalho, de verbas repassadas pelo governo federal.
A Folha apurou que relatório de peritos do Ministério do Trabalho responsabiliza Brizola, Batista e os ex-secretários de Trabalho Carlos Alberto Caó de Oliveira Santos e Renato Pereira Simões. A Folha não conseguiu localizar os acusados na tarde de ontem.
Segundo o relatório, há "fortíssimos indícios" de falsidade ideológica, falsificação de documentos públicos, direcionamento de licitação, superfaturamento e formação de quadrilha.
O principal acusado é Renato Pereira Simões. A Folha apurou que ele é acusado de ter criado duas entidades de direito privado que acabaram escolhidas sem licitação para receber verbas destinadas ao Estado pelo governo federal. Elas teriam recebido R$ 479 mil.
O outro caso envolve supostos pagamentos irregulares à Concic Engenharia. A empresa participou da ampliação do principal sistema de abastecimento de água do Estado.
A empresa acabou impedida de participar de licitações de obras do governo pelo prazo de dois anos. De acordo com sindicância ocorrida na Cedae, a empresa realizou apenas 19% do trabalho ajustado.
Mas recebeu 80% dos recursos destinados à obra.
A Folha foi informada que Salim Bento Nigri, diretor da Concic no Rio, não estava na tarde de ontem em seu escritório. O engenheiro Raymundo de Oliveira, que presidia a Cedae na época em que a fraude teria acontecido, afirmou que desconhecia as acusações.
Ele também afirmou que qualquer irregularidade deveria apurada "com firmeza".

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