São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 1995
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Deputados negam favorecimento

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), disse que não legislou em causa própria ao votar pelo ressarcimento, porque não tem empresas em seu nome. "Minha mulher é que possui 34% das ações de uma TV", afirmou.
No caso das três emissoras de rádio, disse: "Minha mulher tem 60% das ações e eu tenho 40%, se não me engano".
Outros parlamentares ouvidos pela Folha também alegaram serem sócios minoritários, como os deputados Jaime Martins Filho (PFL-MG), Beto Mansur (PPR-SP), Armando Abílio (PMDB-PB) e Álvaro Gaudêncio Neto (PFL-PB).
"Segui a orientação partidária. Não houve qualquer interesse pessoal na questão", disse Gaudêncio. "O fato de eu ser acionista de uma rádio não denigre meu voto. Acho que é um direito das emissoras exigir esse desconto no imposto", afirmou Beto Mansur.
O deputado Pinheiro Landim (PMDB-CE) disse não ter nenhum interesse pessoal no ressarcimento, pois "quem tem uma rádio é um parente de terceiro grau, no interior".
Os deputados Gerson Peres (PPR-PA) e Bonifácio Andrada (PTB-MG) disseram que suas emissoras não seriam beneficiadas, pois não dão lucro. "Minha rádio dá um prejuízo mensal de R$ 300. Eu até queria fechar, mas meu filho não deixou, dizendo que ela me ajuda no noticiário", afirmou Peres.
Romel Anízio (PPB-MG) disse que tem uma concessão, mas ainda não montou a emissora de rádio.
"Votei a favor do ressarcimento porque ninguém deve trabalhar de graça", afirmou José de Abreu (PSDB-SP).
A Folha ligou para os gabinetes dos demais detentores de concessões que votaram pelo ressarcimento. Até as 19h, a maioria não havia retornado.

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