São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 1995
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'Isenção' é impossível, diz deputado

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

"Com religião, política, futebol e sexo não há neutralidade e isso torna o ensino religioso ecumênico impossível", defende o pastor da Igreja Universal do Reino de Deus e deputado federal, Paulo de Velasco (PPB-SP), 58.
Como a discussão que ocorre em São Paulo sobre a questão tende a instituir aulas que reúnem a visão de diversas religiões, de forma ecumênica, De Velasco se diz contrário ao ensino religioso na rede estadual.
"O que é que eu tenho em comum com a religião muçulmana, com o budismo ou com a umbanda?", pergunta. "Até o que é pecado para uma religião pode não ser para outra", acrescenta o pastor.
Para ele, uma pessoa com formação católica, por exemplo, teria pouco a ensinar a alguém da religião judaica. "Um professor mal preparado poderia causar muito problema."
"A Igreja Universal é uma expressão religiosa que ninguém pode alijar. Em três anos na África do Sul conseguimos reunir metade do público que o papa. E eles já estão aí há 2.000 anos", disse, referindo-se à disputa por fiéis que ocorreu em Johannesburgo no último final de semana.
"Creio que o ensino religioso deve ser feito em casa ou nas igrejas, se não vai dar chabu", conclui.
Já a Apeoesp (Sindicato dos Profissionais do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) "não aceita a inclusão do ensino religioso nas escolas à custa do Estado", segundo o seu secretário de comunicação, Paulo César Pinheiro, 45.
"A escola tem que trabalhar com o que é universal. A opção religiosa é algo individual. São as religiões que devem se organizar para divulgar o que pregam e custear isso".
(FR)

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