São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 1995
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Romance de Beauvoir vira filme insosso

JOSÉ GERALDO COUTO
DA REPORTAGEM LOCAL

"Todos os Homens São Mortais" é um romance de Simone de Beauvoir sobre um homem que, ao tomar uma poção mágica na Idade Média, tornou-se imortal. Entediado e deprimido, ele atravessa os séculos sem sentir o prazer de viver.
"Amor Imortal" é a transposição dessa história. Stephen Rea é o infeliz imortal e Irene Jacob é a atriz de teatro que se apaixona por ele numa turnê pela França.
O caso tem tudo para dar errado: ela quer ser inesquecível; ele já beijou dezenas iguais a ela em seus 700 anos de vida.
Se o livro tinha o defeito de ser excessivamente discursivo e palavroso -a ação sendo um mero pretexto para as teorizações de madame Beauvoir-, o filme acrescenta a isso confusão narrativa, falta de ritmo e uma canhestra interpretação por parte dos atores.
Aliás, onde foram buscar esse Stephen Rea, que trabalhou também em "Entrevista com o Vampiro" e "Traídos pelo Desejo"? Parece galã das antigas novelas da TV Tupi (ou das atuais novelas mexicanas, o que dá no mesmo).
O filme consegue, além de tudo, a proeza de fazer Irene Jacob ficar feia e má atriz (ou será que a proeza inversa era de Krysztoff Kieslowski, seu diretor em "A Dupla Vida de Veronique"?).
Qualquer diretor da antiga série de TV "Além da Imaginação" faria coisa melhor com uma história como essa.

Vídeo: Amor Imortal
Produção: EUA, 1995, 94 min.
Direção: Ate de Jong
Distribuição: Look/PlayArte (tel. 011/575-6996)

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