São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 1995
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Médico dá 9,8 para recuperação de Motta

DA REPORTAGEM LOCAL

Em rápida aparição à porta do quarto 1.034, do Hospital Albert Einstein, onde está internado o ministro das Comunicações, Sérgio Motta, sua mulher, Vilma, disse, ontem, à Folha, que o ministro se recupera bem do infarto.
O ministro está no hospital desde a segunda-feira, quando sofreu um infarto agudo enquanto se consultava com o cirurgião cardíaco Ricardo Aun, que tem seu consultório no Albert Einstein.
Vestida com saia e blusa de jérsei marrom e um colar de contas verdes, Vilma tinha fisionomia descontraída. Disse que achava que "não deverá ser necessária a implantação de ponte de safena no marido, hipótese que está sendo avaliada por Aun e pelo cardiologista Bernardino Tranchesi Jr..
Aun está satisfeito com o estado de Motta e deu "nota 9,8 para a sua recuperação. "Não dou dez porque não existe o absoluto em medicina. Segundo o cirurgião, a alternativa para a ponte de safena é o tratamento clínico com remédios e uma angioplastia (dilatação dos vasos do coração).
O ministro passou o dia de ontem ouvindo CDs de música clássica e lendo o livro "Chatô, de Fernando Moraes, sobre a vida do jornalista Assis Chateaubriand. Motta foi proibido pelos médicos de receber visitas -exceto dos parentes- e de ler jornais, ver televisão ou ouvir rádio. Estas últimas restrições podem ser suspensas hoje. O ministro está ansioso para saber das notícias. Motta já foi avisado pelos médicos que terá de emagrecer. Por enquanto, faz dieta com pouco sal e açúcar.
O ministro recebeu mais de 150 telefonemas e 50 telegramas de parlamentares, colegas de gabinete e amigos que queriam saber de seu estado de saúde.
Anteontem, em Bonn, o presidente Fernando Henrique Cardoso comparou o premiê alemão Helmut Kohl a Sérgio Motta.
Depois de dizer que Kohl era "muito simpático", FHC completou: "Tem aquele jeitão grandão, muito aberto. Até pensei no Serjão, pela presença assim tão volumosa".
O presidente acha que Motta foi vítima de seu excesso de energia. "Ele tem muita energia e não entende que a vida tem seus limites", disse.

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