São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 1995
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Lei partidária opõe Maciel a Luís Eduardo

DANIEL BRAMATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), disse ontem que o presidente interino da República, Marco Maciel, descumpriu um acordo selado com o Congresso ao não vetar a cláusula de barreira na Lei dos Partidos Políticos, sancionada anteontem.
"O ministro da Justiça (Nelson Jobim) assumiu o compromisso de que o dispositivo seria vetado", disse Luís Eduardo, em plenário, diante dos protestos de representantes de pequenos partidos, que só votaram a favor da lei porque esperavam o veto.
A cláusula de barreira estabelece que os partidos só poderão indicar líderes e integrantes de comissões no Congresso se obtiverem pelo menos 5% dos votos na eleição para a Câmara.
As legendas que não alcançarem esse patamar também perderão a maior parte das verbas do Fundo Partidário e terão direito a menos tempo na TV para a apresentação de programas partidários.
O PC do B anunciou que pedirá ao STF (Supremo Tribunal Federal) que declare a inconstitucionalidade da cláusula de barreira, pois essa violaria o princípio da liberdade de organização partidária.
O relator da Lei dos Partidos Políticos, deputado João Almeida (PMDB-BA), disse que a manutenção da cláusula foi negociada com Maciel. "Eu não fui conversar com ele, mas muita gente foi."
Almeida não quis revelar o nome dos parlamentares envolvidos na negociação, mas disse que ela ocorreu anteontem.
O relator não soube informar se a negociação contou com o aval do presidente Fernando Henrique. Ele confirmou, porém, que Jobim havia sugerido o veto da cláusula de barreira por considerá-la inconstitucional. "O pessoal só não entendeu que quem veta não é o ministro, mas o presidente."
Segundo a assessoria de Maciel, o presidente interino não quis comentar as declarações de Luís Eduardo.

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