São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 1995
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Bancos querem cronograma para redução das taxas

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos), Maurício Schulman, defendeu ontem a necessidade de o BC (Banco Central) continuar reduzindo os juros e os compulsórios (depósitos obrigatórios que os bancos fazem no BC).
"Com a inflação próxima de zero uma taxa de 3% ao mês é muito alta", afirmou, para depois acrescentar que "os bancos vivem da saúde de seus clientes".
Schulman disse que não existem mais os motivos que levaram o BC, segundo ele, acertadamente, a praticar juros altos.
O presidente da Febraban sugeriu um caminho ao governo -o de pré-anunciar o cronograma de redução dos compulsórios, dos impostos incidentes nas operações financeiras e dos juros.
Desse modo, acredita, os que tem recursos para aplicar, procurariam fazê-lo o quanto antes (buscando o juro mais alto). Para quem precisa de um empréstimo, ocorreria o contrário.
Reconhecendo que o dinheiro está concentrado em alguns bancos e empresas, Schulman pediu a extinção da cobrança do PIS (Programa Integração Social) nas operações de um dia entre bancos.
Ele defendeu ainda o fim da chamada "zeragem automática" (mecanismo utilizado pelo BC para remunerar o dinheiro que sobrou no caixa de bancos).
Schulman reclamou igualdade de condições com a indústria automobilística. "Os bancos só podem emprestar por seis meses, as montadoras em 24 meses." Ele defendeu também a volta da possibilidade de os bancos emprestarem recursos tendo como garantia os cheques pré-datados.

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