São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 1995
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Superávit comercial de agosto é de US$ 328 mi

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As exportações de agosto superaram as importações em US$ 328 milhões. Mas o próprio governo admite que a balança comercial poderá fechar 1995 com déficit (importações maiores que importações).
"É provável que haja um resultado negativo no ano", disse ontem o secretário de Política Econômica, José Roberto Mendonça de Barros. O déficit acumulado de janeiro a agosto encontra-se em US$ 3,937 bilhões.
"Todos os modelos de projeção prevêem superávits até outubro. A partir daí é que existem dúvidas", afirmou Mendonça de Barros.
As exportações de agosto, que ficaram em US$ 4,558 bilhões, são as maiores da história. As importações, de US$ 4,230 milhões, são ligeiramente superiores às de julho.
Este é o segundo resultado positivo do ano. Nos seis primeiros meses houve déficit. Em julho as exportações superaram as importações em US$ 2 milhões e este resultado foi interpretado como um empate.
Mendonça de Barros admite que três fatores podem provocar nova reversão da balança comercial: as compras de Natal, a entressafra agrícola e a valorização do dólar frente ao iene (moeda japonesa).
"Em novembro e dezembro as importações podem aumentar devido às compras de Natal", disse. Ele destacou, no entanto, que há estoques de alguns produtos -têxteis, farmacêuticos e de alimentos- que podem atender parte da procura de final de ano.
O secretário de Comércio Exterior do MICT (Ministério da Industria, do Comércio e do Turismo), Maurício Cortes, disse que as exportações de produtos agrícolas -como soja e açúcar- devem declinar devido à entressafra.
"Tradicionalmente, os maiores valores de exportações se realizam de junho a setembro." Cortes destaca, porém, que a existência de estoques desses produtos pode manter as exportações.
Para Mendonça de Barros, existe a possibilidade de a valorização do dólar frente ao iene afetar as exportações.
A valorização do dólar frente ao iene prejudica as exportações brasileiras para os países asiáticos. Em 94, 16,2% das exportações brasileiras foram para a Ásia.
"Quando a cotação do dólar abaixou para 80 ienes, foi positivo para o nosso câmbio. Agora que o dólar chegou a 103 ienes, pode tornar nossas exportações menos atrativas", disse.
Segundo ele, o prejuízo tende a ser minimizado porque o Brasil tem a pauta de exportação diversificada.
Cortes disse que o desempenho recorde das exportações em agosto se deve às medidas de desaquecimento da economia e ao aumento de alguns preços, como celulose, alumínio e ferro.
Ele destacou também o aumento das exportações de açúcar e óleo de soja.

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