São Paulo, sexta-feira, 22 de setembro de 1995 |
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Comitiva reclama de avião presidencial Presidente tem de fazer escala CLÓVIS ROSSI
A comitiva trocou de avião em Recife (PE), pois a autonomia de vôo do Boeing está no limite de uma viagem de Brasília à Europa, cerca de 11 horas. Como a Aeronáutica adota rígidas medidas de precaução, o presidente não pode usar um avião que chegaria à Europa com o tanque na reserva. "Ele voa 11 horas e depois cai", brinca-se na comitiva. O reabastecimento do Boeing toma entre uma hora e uma hora e meia. Por isso, FHC prefere ir de Boeing 737 de Brasília a Recife e, lá, subir no 707 para o restante do percurso. Mas a obrigação de fazer conexão não é a única queixa. O ruído emitido pelo avião está acima dos limites permitidos na Europa e nos Estados Unidos. O Boeing só tem autorização para sobrevoar território europeu (ou norte-americano) porque traz a bordo um presidente. A idade é outra queixa. A família dos 707s nasceu em 1958. O KC-137 é um pouco mais novo, mas, assim mesmo, não tem menos de 20 anos. Foi comprado da Varig e recauchutado. Ganhou um compartimento com cama, do tipo das que existem na primeira classe dos vôos comerciais. O Planalto ficou encantado com a oferta para comprar um Airbus, completamente equipado, por US$ 115 milhões, mas a Aeronáutica achou que a compra não era prioritária. A idéia renasceu na cabeça dos assessores de FHC com a viagem à Alemanha. O governo alemão pôs à disposição da comitiva no país o Airbus "Konrad Adenauer". Enquanto a inveja não vira decisão de trocar o Boeing, ele vai continuar causando espanto nos aeroportos europeus. Na segunda-feira, quando FHC chegou a Frankfurt, o céu estava coberto de nuvens branquinhas. Desciam e subiam aviões sem que o seu rastro turvasse a brancura das nuvens. Até descer o KC-137, com sua "cauda" de fumaça negra. (CR) Texto Anterior: Congresso discute se devolve plano a FHC Próximo Texto: Líder do PFL articulou acordo contra 'nanicos' Índice |
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