São Paulo, sexta-feira, 22 de setembro de 1995
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Prefeitura decide adiar implantação do PAS

CLAUDIO AUGUSTO; LÚCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

A assinatura do primeiro convênio entre a Prefeitura de São Paulo e uma cooperativa de médicos e funcionários para dar início ao PAS (Plano de Atendimento à Saúde) foi adiada.
O secretário municipal da Saúde, Getúlio Hanashiro, havia prometido, na semana passada, assinar o convênio com a cooperativa de Pirituba e Perus hoje.
"Em face de uma certa desigualdade nas informações, achei melhor que nós não assinássemos o convênio", afirmou o secretário. Anteontem, ele havia dito que estava tudo pronto e que não havia dúvidas sobre o plano.
A decisão de adiar a assinatura do convênio foi tomada ontem pelo conselho de secretários que supervisiona a implantação do PAS.
Eles preferiram começar o atendimento no novo sistema só depois que a lei que instituiu o plano estiver regulamentada. Segundo Hanashiro, isso deve acontecer em uma semana. "Vamos esperar para evitar problemas jurídicos."
O PAS prevê a transferência dos hospitais municipais para cooperativas que serão formadas por médicos e funcionários licenciados pela prefeitura.
As cooperativas receberão R$ 10,00 por paciente cadastrado. A idéia é vincular o salário do médico à sua produtividade.
Para fazer parte da cooperativa, médico e funcionários têm de solicitar licença do serviço público.
A região de Pirituba e Perus (zona norte) será a primeira onde o plano será implantado.
A rede de saúde da região tem 314 médicos distribuídos em um hospital, oito postos de saúde, um hospital-dia, um centro de convivência e um pronto-socorro.
Segundo o presidente da cooperativa, Sergio Antonio do Valle Zawitoski, 41, apenas 50 médicos da região de Pirituba e Perus haviam aderido ao plano até agora.
Anteontem, Zawitoski já admitia que, mesmo que o convênio fosse assinado e a cooperativa tivesse que trabalhar na próxima segunda-feira, ela não estaria "funcionando 100%".
Médicos do hospital de Pirituba ouvidos anteontem pela Folha reclamaram da falta de clareza do plano.
Eles disseram que, se tivessem que fazer a opção agora, se recusariam a fazer parte da cooperativa (leia texto ao lado).

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