São Paulo, sexta-feira, 22 de setembro de 1995
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Orçamento de 96 reforça saúde e habitação

CLAUDIO AUGUSTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PPB), vai reforçar as áreas de saúde e habitação no Orçamento de 96, que ele envia para a Câmara até o fim deste mês.
O Orçamento do ano que vem será de R$ 6,12 bilhões -18% superior ao Orçamento de 95.
A Secretaria da Habitação deve ficar com R$ 318,7 milhões -um aumento real de 182% em relação ao volume de recursos com que a pasta contou em 95.
A Secretaria da Saúde terá 41% a mais de verbas em relação ao Orçamento deste ano. A prefeitura gastará no PAS (Plano de Atendimento à Saúde) e em outros projetos R$ 772,5 milhões.
As informações foram passadas pelo prefeito ontem cedo à Folha.
No mês passado, Maluf havia adiantado que o PAS e o Projeto Cingapura (construção de prédios em áreas ocupadas por favelas) seriam priorizados.
O prefeito pretende investir em saúde e habitação para acrescentar à sua imagem de "tocador de obras" a de um político preocupado com a área social.
Desde o início do governo, esse tem sido um dos principais campos de disputa entre Maluf e a oposição. Os vereadores do PT vêm insistindo na tese de que o prefeito privilegia as obras em detrimento do social.
No ano que vem, a prefeitura deve reduzir o ritmo das obras na cidade. No mês passado, Maluf havia dito que deve entregar até 96 praticamente todas as obras que iniciou em seu governo e as que encontrou paralisadas.
A estratégia de Maluf, segundo apurou a Folha, leva em conta a eleição municipal do ano que vem.
Ele criticou muito o PT por ter paralisado as obras iniciadas no governo Jânio Quadros.
Por isso, Maluf acha fundamental terminar todos os seus projetos para fortalecer a sua imagem de realizador.
Votação
A Câmara Municipal tem até o fim do ano para aprovar o Orçamento. Os vereadores podem fazer emendas ao projeto. O prefeito tem maioria no Legislativo e o mais provável é que sua proposta passe na íntegra.
(CA)

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