São Paulo, sexta-feira, 22 de setembro de 1995
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Operação apreende transmissores de rádio

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia paulista fez ontem uma operação para apreender rádios transmissores suspeitos de estar sendo usados para interferir nas comunicações da polícia, do Corpo de Bombeiros e de emissoras de rádio e de TV do Estado.
Ao todo, 33 rádios fixos e 25 rádios de mão foram apreendidos. A Divisão de Comunicação Comunitária deteve 15 donos de rádios. Todos foram liberados após prestar depoimento.
A polícia planejava a operação havia seis meses. O Cepol (Centro de Operações da Polícia Civil) rastreou as fontes de interferência na comunicação policial e descobriu onde elas estavam localizadas.
"Esses radioamadores tocavam música japonesa na faixa de rádio policial, passavam trotes anunciando, como se fossem policiais, roubos a bancos e incêndios", disse o delegado Nelson Silveira Guimarães, 49.
O rastreamento do Cepol localizou cinco radioamadores na zona leste, seis na zona sul, dois na região central, um em Guarulhos (Grande São Paulo) e dois em São José dos Campos (97 km a nordeste de SP).
Às 7h, cerca de 70 policiais saíram da rua Brigadeiro Tobias (região central) e foram atrás dos 14 pontos da Grande São Paulo. Duas equipes foram para São José dos Campos.
Uma hora depois, os policiais, com mandados de busca e apreensão judiciais, entraram nas casas dos donos dos rádios. Os dois transmissores mais potentes achados pela polícia estavam em São José dos Campos.
Os dois tinham 1.000 watts de potência -o transmissor do Cepol tem 100 watts. Segundo o delegado, com esses aparelhos, os suspeitos podiam interferir nas comunicações policiais de São Paulo.
O delegado afirmou que todos os proprietários dos rádios alegaram ser inocentes em seus depoimentos. Segundo Guimarães, os rádios serão periciados para saber se foram alterados a fim de operar em outras faixas de comunicação.
"Esses rádios deveriam estar regulados para funcionar apenas na faixa de ondas usada pelos radioamadores", disse Guimarães.
O delegado afirmou que, se a alteração do rádio for comprovada, os suspeitos poderão ser indiciados (acusados formalmente) por interferência nas telecomunicações -crime cuja pena é de um a dois anos de prisão.
Além disso, eles também terão que provar a origem dos rádios importados, ou a polícia poderá acusá-los de contrabando.

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