São Paulo, sexta-feira, 22 de setembro de 1995
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Governo culpa sindicatos por desemprego

FRANCISCO SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Gustavo Franco, afirmou ontem que parte da responsabilidade pelo aumento do desemprego em São Paulo é do movimento sindical.
"Há uma reorganização regional da indústria metal-mecânica, inclusive por conta do sindicalismo, que, fora do ABC, é menos conturbado", afirmou Franco.
Nessa reorganização, muitas indústrias, segundo ele, preferem deixar São Paulo, e optam por se instalar em outros Estados.
Para o diretor do BC, há ainda o reflexo de reajustes estruturais da economia paulista provocado pela queda da inflação e abertura da economia.
Outro fator que contribui para aumentar as demissões da indústria de São Paulo, avalia Franco, é a rigidez da legislação trabalhista.
Dorothea
A ministra da Indústria, Comércio e Turismo, Dorothea Werneck, disse ontem que os números do desemprego de São Paulo não podem ser generalizados para o país e que é possível até haver aumento do emprego no país como um todo apesar do desemprego em São Paulo. A ministra não deu números para justificar sua hipótese.
Anteontem o Ministério do Trabalho divulgou números nacionais mostrando que em julho foram fechadas 70.934 vagas no mercado formal de trabalho, o que significa uma queda do emprego de 0,29% em relação a junho.
Dorothea Werneck disse que "infelizmente" está ocorrendo um deslocamento de empresas de São Paulo, capital, para o interior do próprio Estado, para o Sul de Minas Gerais e para os estados do sul do país. Este, segundo ela, seria um dos motivos para o aumento do desemprego em São Paulo.
A ministra admitiu que há também queda do emprego por conta da retração nas vendas causada pela menor atividade econômica.
Outra vertente para o problema, de acordo com ela, seria o fechamento de empresas porque não conseguiram se manter competitivas no mercado.
Dorothea Werneck disse ainda que o setor de serviços está absorvendo parte do pessoal demitido pela indústria, seguindo uma tendência mundial. Para ela, o mais importante para se combater o desemprego é o crescimento econômico.

Colaborou FRANCISCO SANTOS, em São Paulo

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