São Paulo, sexta-feira, 22 de setembro de 1995 |
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'Lei Pelé' acaba com Lei do Passe
MÁRIO MAGALHÃES
Se o projeto se transformar em lei, o jogador de futebol receberá passe-livre três anos depois de se tornar profissional. Ou seja: deixará de pertencer a um clube e poderá assinar contrato com quem quiser. Atualmente, o jogador brasileiro passa a ter uma porcentagem do seu passe quando se aproxima dos 30 anos. Antes, é "propriedade" de algum clube, empresa ou pessoa física. "O que ocorre hoje é escravidão", afirmou ontem no Rio o ministro dos Esportes, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé. O atleta se profissionaliza entre os 18 e os 21 anos. A partir daí, não pode mais ser contratado por qualquer clube, só quando o clube proprietário vende ou empresta o passe. O time italiano Inter de Milão, por exemplo, contratou o lateral Roberto Carlos, pagando US$ 8 milhões pelo passe. "É preciso adaptar cada vez mais o futebol à realidade de mercado", disse Hélio Viana, assessor de Pelé no ministério. "Será como uma empresa que investe num profissional e assegura que durante certo tempo ele não poderá abandoná-la", afirmou Viana. "Ninguém pode ser escravo, não é justa a escravidão", disse Pelé. Ele considera três anos tempo suficiente para o clube que revelou o jogador ter "retorno" com o atleta. Será difícil a aprovação do projeto na Câmara e no Senado. Muitos parlamentares são dirigentes de clubes ou tiveram apoio deles na campanha. O capítulo sobre Lei do Passe é parte integrante do projeto de lei sobre o esporte que o governo prepara. Seus articuladores o chamam de "Lei Pelé". LEIA MAIS sobre a Lei do Passe à pág. 2 Texto Anterior: Christian tira molde para seu futuro carro Próximo Texto: Ministro elogia sindicato mundial de atletas Índice |
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