São Paulo, sexta-feira, 22 de setembro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Desemprego Desemprego A demora na tabulação dos resultados finais, divulgados com um atraso de quase dois meses, dificulta o uso desses dados no acompanhamento cotidiano da economia. Mas, de qualquer modo, a redução de 70.934 vagas de trabalho, ou 0,29% dos empregos com carteira assinada em todo o país, sinaliza na mesma direção do indicador da Fiesp, que vem registrando demissões líquidas na indústria paulista desde maio último. Além da conjuntura de desaceleração da economia, a menor oferta de empregos tem causas de mais longo prazo -e difícil resolução. O avanço tecnológico tem dispensado trabalhadores industriais que não estão sendo reabsorvidos em outras áreas. A rigidez das leis trabalhistas também desfavorece o crescimento do setor formal da economia. Nesse sentido, duas iniciativas atualmente em discussão são animadoras. A Ford propôs um esquema de afastamento temporário da produção, com redução gradativa dos vencimentos, para evitar demissões de pronto. Ainda que existam dúvidas quanto à legalidade da proposta, a tentativa mostra o desejo de buscar alternativas. Algumas empresas do ABCD implementaram reduções da jornada de trabalho. Resta discutir as contrapartidas monetárias dessa redução, mas, de qualquer modo, é uma forma de manter empregos mesmo se a demanda de horas de trabalho se reduz. Tanto a flexibilização dos termos de contratação como jornadas menores são tendências internacionais. São processos que aqui, como no exterior, encontram dificuldades. Mas não há outra saída senão enfrentá-las. Texto Anterior: Afundando em dívida Próximo Texto: Unabomber Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |