São Paulo, sexta-feira, 22 de setembro de 1995 |
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Unabomber O terrorismo é uma das formas mais aviltantes de chantagem. Deve-se ou não ceder a ela, até que ponto e sob quais circunstâncias? São mais ou menos essas as questões que envolvem a publicação, pelo jornal norte-americano "Washington Post", do paranóico manifesto do terrorista conhecido como Unabomber, que já matou, via correio, três pessoas e feriu 16. Ele prometera não matar mais ninguém se o jornal publicasse até o próximo domingo seu manifesto. O FBI e o Departamento de Justiça dos EUA recomendaram a publicação. O manifesto em sua íntegra não tem valor jornalístico algum. Já a tentativa de salvar vidas no limite poderia justificar a publicação. Há que se considerar, porém, que ceder à chantagem pode levar outros malucos -e não faltam malucos no mundo- a adotar o mesmo expediente. Israel, por exemplo, não negocia com terroristas. Manda uma unidade de elite com o propósito único de eliminar a ameaça com o menor número possível de baixas civis ou militares. No caso do Unabomber, contudo, isso não seria factível, pois tanto a sua identidade como seu domicílio são desconhecidos. Quanto ao Unabomber, resta esperar que ele seja identificado e pague por seus crimes. Texto Anterior: Desemprego Próximo Texto: Quebra do sigilo Índice |
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