São Paulo, sábado, 23 de setembro de 1995
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PM do Rio vai cadastrar uniformizados

DA SUCURSAL DO RIO; DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Militar do Rio está montando um banco de imagens das torcidas uniformizadas dos clubes cariocas.
Ontem, em reunião com cerca de 50 dirigentes de torcidas, a PM formalizou um pedido de cadastramento -com nome, endereço e dados pessoais- de todos os integrantes de torcidas.
O objetivo da PM é rastrear possíveis antecedentes policiais dos integrantes de organizadas.
Os dirigentes das torcidas resistem à idéia.
Antônio Gonzaga, diretor da torcida Força Flu, do Fluminense, disse que a determinação da PM é autoritária.
"Vamos ter de volta o SNI, o Doi-Codi, a repressão?", perguntou Gonzaga.
SNI e Doi-Codi foram órgãos de segurança durante o regime militar (1964-1985).
Segundo o coronel da PM Nilo Ferreira, comandante de Policiamento da capital, o perfil do integrante de torcida organizada no Rio é semelhante ao de São Paulo. "Só que o de São Paulo é mais violento", ressalvou, atribuindo a diferença à falta de áreas de lazer em São Paulo.
A reunião de ontem foi convocada a pedido da PM, por iniciativa dos responsáveis pelo policiamento nos estádios.
Caso Pacaembu
O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, divisão da Polícia Civil que está investigando o conflito do estádio do Pacaembu, no dia 20 de agosto, indiciou ontem Luis Felippe Armproust Lahr, mais um envolvido na briga.
Lahr é o 23º indiciado por rixa no DHPP. Anteontem, foi indiciado o são-paulino João Batista das Virgens, 25.
O delegado encarregado do caso, Sérgio Alves, deve pedir no início da próxima semana a prisão preventiva de Adalberto Benedito dos Santos, acusado de ter agredido o são-paulino Márcio Gasparin da Silva, o único morto na briga de torcidas.
Também na semana que vem a Atoesp, Associação das Torcidas Organizadas de São Paulo, vai entrar com um recurso para tentar reabrir a Torcida Independente, maior uniformizada são-paulina, que foi fechada na quarta-feira.

*Com Reportagem Local

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