São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 1995
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Entidade conhece 'fungo' tropical

DA REPORTAGEM LOCAL

Fabricantes de computador enfrentam um problema sério ao vender suas máquinas em países tropicais: os fungos desses locais "comem" os chips -componentes do "cérebro" do computador.
O conhecimento dos microorganismos que habitam os países tropicais torna-se, portanto, essencial para o desenvolvimento de tintas antifungo ou outros produtos que contornem esses problemas.
Reunir espécimes de microorganismos e informações sobre eles é uma das principais atividades da Fundação Tropical de Pesquisas e Tecnologia "André Tosello".
Hoje a entidade tem uma coleção de quase 5.000 espécies, que podem ser compradas por preços que variam de R$ 10 (para pesquisadores) a R$ 50, praticamente metade do que é cobrado por instituições semelhantes nos EUA.
Além da venda, a fundação faz pesquisa. Se a Telebrás, por exemplo, quer passar um cabo subterrâneo de fibra ótica, terá de saber evitar que não sofra corrosão por microorganismos.
"Fazemos ensaios desafio", conta Gilson Paulo Manfio, 30, gerente de pesquisa e desenvolvimento da Coleção de Culturas Tropicais.
O "desafio", no caso, é submeter os produtos de uma empresa à ação de microorganismos selecionados. "Os microorganismos tropicais são mais capacitados para atacar os produtos."
Com esse conhecimento, a fundação também faz -ou ensina a fazer- testes de produtos desinfetantes, para ver se sua ação está de acordo com o especificado no rótulo.
Os microorganismos da coleção podem ser comprados via correio por pesquisadores ou indústrias interessados em realizar sua própria pesquisa.

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