São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 1995
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Covas decide sobre Fapesp em meio a disputa entre particulares e públicas

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em meio a uma disputa que coloca universidades particulares e confessionais de um lado e universidades públicas de outro, o governador Mário Covas deve decidir esta semana quem será o novo membro do Conselho Superior da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
Há duas semanas, houve uma eleição em que as universidades particulares e confessionais conseguiram que seu candidato, Maurício Prates de Campos Júnior, da PUC de Campinas, fosse o primeiro colocado da lista tríplice. O governador faz sua escolha baseado nela.
O candidato das universidades e institutos públicos de pesquisa, Paulo Milton Landim, ex-reitor da Unesp, ficou em segundo lugar -por 55 votos a 54.
Reza a tradição que o governador deve escolher o primeiro colocado da lista. Mas os cientistas argumentam que houve uma participação inesperada de universidades particulares, algumas das quais não fazem qualquer pesquisa.
"O processo de votação foi absolutamente legítimo", afirma Emerson Kapaz, secretário de Ciência e Tecnologia, pasta à qual a Fapesp é ligada.
Segundo ele, serão levadas ao governador as visões dos dois grupos envolvidos na disputa, para que ele faça sua escolha.
O Conselho Superior da Fapesp é composto por 12 membros. O governador indica todos, seis por escolha direta, outra metade a partir de listas tríplices, três delas formadas pelo Conselho Universitário da USP, e três em votação de universidades e institutos de ensino e pesquisa públicos e particulares (que é o caso atual).
Os pesquisadores de instituições públicas defendem que apenas quem desenvolve pesquisas poderia votar para estas três últimas vagas.
Mas como a legislação diz "ensino e pesquisa", participaram este ano universidades recém-criadas que só oferecem ensino.

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