São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 1995
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Escola de SP faz campanha há 4 anos

CÉLIA ALMUDENA
DA REPORTAGEM LOCAL

"Quem tem de tudo não sabe o que é não ter", diz Sidnei da Silva Pereira, 20, aluno do terceiro ano do segundo grau da EEPSG Professora Maria de Carvalho Senne, na Penha (zona leste de São Paulo).
Ela e os colegas do noturno encamparam a "Campanha Contra a Fome" há quatro anos. A escola foi uma das primeiras a enviar o cupom (veja abaixo) de adesão à campanha para o Folhateen.
Antes, uma vez por mês, no lugar de apresentarem os crachás para entrarem na escola, eles entregavam um quilo de alimento.
"Como a maioria dos alunos trabalha, ficava complicado carregar os alimentos o dia todo. Depois de uma votação, eles passaram a dar R$ 1,00 por mês", conta Magaly Pestana Reis, 37, coordenadora do curso noturno da Carvalho Senne.
"As pessoas não imaginam, mas com apenas R$ 1,00 é possível ajudar a matar a fome dos outros", diz Marisa Silva da Hora, 23, aluna da mesma escola.
Um grupo de alunos e professores vai ao supermercado e compra os mantimentos não-perecíveis, que são guardados na escola.
No dia da entrega, perto do Natal, eles compram alimentos perecíveis, montam caixas incluindo brinquedos e distribuem para 40 famílias cadastradas pela escola. Este ano a distribuição vai ser no dia 23 de dezembro.
"É muito legal ver a felicidade e a alegria das pessoas quando recebem os alimentos e brinquedos, já que são pessoas que não poderiam ter aquilo no Natal. Receber um sorriso é a maior recompensa", diz André Prudêncio Trujillo, 19, também aluno do 3º ano do segundo grau.
Os alunos da Carvalho Senne já viram que a "Campanha Contra a Fome" realmente pode ajudar pessoas carentes, por isso incentivam a participação de um maior número de pessoas.
"Se cada escola fizer um pouco, a situação vai melhorar", diz Simone Requena, 21.

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