São Paulo, terça-feira, 26 de setembro de 1995
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Alcir já foi copeiro no RJ

MÁRIO MAGALHÃES
DO ENVIADO A BELO HORIZONTE

O lateral-direito Alcir tinha 15 anos quando chegou, há dois anos, ao Atlético (MG). Ele foi descoberto por um "olheiro" do clube em peladas disputadas em Cabo Frio, na região litorânea do Estado do Rio, onde nasceu.
Antes de se mudar para Belo Horizonte, o agora jogador da seleção brasileira trabalhava como copeiro num hotel.
(MM)

Folha - Qual sua opinião sobre o seu salário, R$ 200,00 por mês, agora que chegou à seleção?
Alcir - Está na hora de uma fisgadinha, não é?
Folha - Como você consegue viver com esse dinheiro?
Alcir - Eu moro na concentração de juniores do clube, onde tenho alimentação e todo o apoio.
Folha - Quanto é o prêmio por vitórias?
Alcir - Como a gente está mal no Campeonato Brasileiro, quase não recebemos bicho. Está difícil.
Folha - Quando você veio para Minas Gerais, foi logo integrado ao clube?
Alcir - Passei 15 dias fazendo testes. Nos dez primeiros, como lateral-esquerdo, não fui bem. Depois, na direita, fui aprovado.
Folha - O que você fazia em Cabo Frio?
Alcir - Eu trabalhava, desde os 13 anos, como copeiro num hotel. Aí, uma pessoa me viu jogando e me indicou para cá.
Folha - Você já jogou em seleções de jovens?
Alcir - Várias vezes. Mas, no Mundial de Juniores, neste ano, fiquei na reserva.
Folha - Outro jogador do Rio, o atacante Ronaldo, também veio para Belo Horizonte, onde fez sucesso no Cruzeiro e, aos 17 anos, foi à Copa do Mundo de 94. Como você analisa a coincidência?
Alcir - Talvez haja poucas oportunidades no Rio. Quero agarrar esta daqui.
Folha - O que você ouve no CD, quase todo o tempo?
Alcir - São músicas da Igreja Batista. Só escuto músicas religiosas.

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