São Paulo, terça-feira, 26 de setembro de 1995 |
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Carlinhos faz engenharia
MÁRIO MAGALHÃES
Ao contrário do que era comum à esmagadora maioria dos atletas, ele não é originário de família pobre. Nasceu numa família de classe média em Campinas (SP). É aluno do segundo ano do curso de engenharia da PUC da cidade. A mudança no perfil social do jogador profissional é um fenômeno amplo, segundo pesquisa do Núcleo de Sociologia do Futebol da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. (MM) Folha - Em que seleções brasileiras você jogou? Carlinhos - Na de juniores. Disputei o Torneio de Toulon neste ano, na França, vencido pelo Brasil. Folha - Você se surpreendeu ao ser chamado para a seleção pré-olímpica, que a CBF chama de principal? Carlinhos - Claro. Fui informado por um jornalista na saída do treino. Folha - Festejou? Carlinhos - Só houve tempo para os parabéns, porque eu tinha que ir para a faculdade fazer uma prova da cadeira de materiais de construção civil. Folha - Você foi bem? Carlinhos - Nem conseguia me concentrar, mas acho que deu para tirar nota 5, pelo menos. Folha - Por que você decidiu ser engenheiro civil? Carlinhos - Eu gosto. Meu pai e meu tio são. Folha - Você sempre atuou como zagueiro? Carlinhos - Sim. Desde os dez anos de idade, quando fui para o Guarani. Já nessa idade, meu pai gritava para eu atacar, mas eu respondia que antes de pensar em gol, o importante era não sofrer. Folha - Não é um pensamento pragmático demais para uma criança? Carlinhos - Eu coloco a razão na frente da emoção. Mesmo mais novo, eu não ia às festinhas, para ficar me concentrando nos jogos. Texto Anterior: Alcir já foi copeiro no RJ Próximo Texto: Zagallo corta 3 e convoca Alex Alves e Leonardo Índice |
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