São Paulo, quarta-feira, 27 de setembro de 1995
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Juíza nega ter decretado prisão de líderes

DO ENVIADO ESPECIAL

A juíza Catarina Estimo, da Comarca de Mirante do Paranapanema, negou no fim da tarde de ontem que já tivesse decretado a prisão preventiva de 16 líderes do MST.
Durante todo o dia de ontem, algumas emissoras de rádio da região anunciaram a decretação.
"Passei a segunda-feira em São Paulo e não decretei nada. Ainda estou analisando os pedidos de prisão preventiva, mas ainda não tomei nenhuma decisão", disse a juíza à Folha por telefone. A decisão sai até sexta.
O líder dos sem-terra do Pontal do Paranapanema, José Rainha, disse ontem que vai exigir apuração da denúncia de que os fazendeiros da região estariam se armando para coibir as ocupações de fazendas. Armas foram exibidas em reportagem, anteontem à noite, do "Jornal Nacional", da Rede Globo.
"Vamos exigir que o governo do Estado de São Paulo, a polícia e a juíza de Mirante do Paranapanema apurem as notícias dadas pela Globo", disse.
Para João Mendes Barreto, 50, outro dos líderes dos sem-terra, as armas mostradas pelos fazendeiros "são apenas uma forma de pressionar o governo para nos negar a terra".
Barreto avisa: "Estamos reivindicando a terra, não a violência. Mas, se os fazendeiros partirem para o enfrentamento, se sobrar alguém, vai sobrar do nosso lado".

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