São Paulo, quarta-feira, 27 de setembro de 1995![]() |
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Edílson recorda tempos de 'fome'
MÁRIO MAGALHÃES
Os outros testados foram Amoroso, Marques, Juninho e Leonardo. O jogador do Palmeiras não jogará nem no meio-campo, nem no ataque. Vai se posicionar entre os dois setores. Único dos 17 convocados sem idade para disputar o Torneio Pré-Olímpico no ano que vem, é o veterano da equipe. Chamado 11 vezes para a seleção brasileira, só atuou em 2 partidas, no total de 31 minutos. Sonhava ir para a Copa do Mundo de 94, mas foi preterido. "Não posso ficar guardando mágoa, ficar com isso na cabeça", disse ontem. Ele afirma que não se frustrou nem com a necessidade de deixar sua cidade, Salvador, para ter alguma chance no futebol. "É muito difícil prata da casa fazer sucesso na Bahia", diz o jogador, fã de Daniela Mercury, Netinho e outros cantores baianos. Edílson começou tarde no futebol. Em Salvador, jogou só numa escolinha. Aos 19 anos, recebeu convite para defender um modesto clube capixaba, o Industrial. "Eu não ganhava nem um salário mínimo, foi uma fase de fome", lembra. "Não havia alimentação direito, os jogadores moravam todos numa casinha. Pensei em largar tudo." Mas, descoberto pelo ex-jogador Cabinho, conseguiu um lugar no Tanabi, clube do interior paulista. Em 92, foi para o Guarani e, no ano seguinte, para o Palmeiras, onde chegou ao auge. No ano passado, foi para o clube português Benfica, onde ficou 11 meses e 20 dias, segundo suas próprias contas. Hoje ele não gosta de falar sobre o dinheiro que acumulou. Perguntado sobre seus carros, cita um Kadett "branco". Prefere não falar sobre o BMW com que anda em São Paulo. Bem-humorado, conta a dificuldade de um irmão, Eliomar, 23, de vencer no futebol. "Eu o mando para o Recife e ele acha quente. Mando para o sul e ele acha frio. Não dá certo.' (MM) Texto Anterior: Zé Roberto imita rapper Próximo Texto: Ex-coveiro supera jogador trocado por chuteiras Índice |
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