São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 1995
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Presidente do TSE critica tese de Pertence

DANIELA PINHEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A proposta de acabar com os cargos vitalícios de ministros dos superiores tribunais federais, feita ontem pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Sepúlveda Pertence, contrariou o ministro Carlos Velloso, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Ele tem cargo vitalício por ser ministro do STF. Na Justiça Eleitoral, os ministros cumprem mandato. Velloso disse ser contra a medida porque "tira o ministro da função no momento em que ele está mais capacitado e experiente".
"Se isso fosse valer hoje, perderíamos ministros importantíssimos, como o Moreira Alves, o Neri da Silveira e o Sydney Sanches", afirmou.
Velloso defendeu ontem, na comissão especial de reforma do Poder Judiciário da Câmara, a manutenção do sistema atual, baseado na experiência norte-americana, e a criação de um órgão de fiscalização interna.
"Os Estados Unidos são felizes porque têm, entre outras coisas, um sistema judiciário eficiente e bem controlado", disse.
O controle, segundo Velloso, deveria ficar nas mãos de uma comissão especial, sob a responsabilidade de um 12º ministro do STF, a ser eleito e que funcionaria como um ombudsman da Justiça. Ele não participaria das demais atividades do tribunal.
A comissão seria formada apenas por representantes da Justiça: dos quatro tribunais superiores, dos regionais, da Procuradoria da República e da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Velloso e Pertence são radicalmente contra a participação de integrantes do Legislativo na fiscalização. "Seria um grave atentado à separação dos Poderes", afirmou Velloso.

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