São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 1995
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Assembléia Legislativa é interditada

VICTOR AGOSTINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Erramos: 29/09/95
Em legenda, o deputado estadual Jamil Murad (PC do B) foi identificado erroneamente como vereador.
A Prefeitura de São Paulo interditou o Palácio Nove de Julho, sede da Assembléia Legislativa do Estado. O deputado Ricardo Trípoli (PSDB), presidente da Assembléia, se recusou a assinar a interdição e disse que a Casa "vai funcionar normalmente".
O documento determinava "a imediata desocupação" do edifício. A partir de hoje estão proibidas todas as atividades na Assembléia -desde entrada de funcionários ou deputados até a realização de sessões plenárias.
Segundo o secretário municipal da Habitação, Lair Krahenbuhl, o prédio foi interditado por não apresentar condições de segurança.
São quatro os principais problemas, segundo o secretário: instalações elétricas irregulares, falta de gerador para fazer soar o alarme de incêndio e acionar a iluminação de emergência, falta de rota de fuga sinalizada no sexto andar e tanques de combustível localizados em local que oferece perigo.
A partir de hoje, qualquer problema que ocorra no prédio será responsabilidade do presidente da Casa e da Mesa Diretora.
Caso o deputado Trípoli decida manter as atividades normais da Assembléia, o secretário Krahenbuhl registrará na polícia, às 15h de hoje, um boletim de ocorrência (BO) por desobediência.
O prédio da Assembléia também foi incluído em uma relação de 183 imóveis irregulares, divulgada na última segunda-feira.
"A resposta à nossa notificação foi um ofício do deputado Roberto Trípoli pedindo 120 dias para realizar as obras. Está caracterizado risco de incêndio. Não é possível esperar mais", disse o secretário.
A solução apontada por Krahenbuhl para não interromper os trabalhos parlamentares seria a interdição parcial do prédio. "A Assembléia fecha os gabinetes dos deputados durante as obras e mantém aberto o plenário para votações", afirmou.
Trípoli disse que "causa estranheza que qualquer pessoa tente fechar o parlamento e reviver os tempos da ditadura para auferir vantagens políticas". Para o deputado, "o prefeito está com medo de ver votadas suas contas de quando era governador".

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