São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 1995
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Por que commodities é hoje a melhor opção

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

A melhor opção de investimento financeiro até amanhã são os fundos de commodities ou mesmo os atuais fundos de curto prazo, dependendo, neste último caso, da incorporação escolhida pelo banco onde você aplica seu dinheiro.
Os fundos de commodities são mais vantajosos porque vão aliar maior liquidez (possibilidade de saque sem perda de juros) com maior rentabilidade.
Esses fundos serão transformados ou incorporados aos novos FIFs (Fundos de Investimento Financeiro) de 60 dias, que renderão mais. Entretanto, para o dinheiro "velho", depositado até amanhã, valerão as regras antigas.
Os fundos de commodities permitem saque a qualquer dia, sem perda de rendimento, após a carência inicial de 30 dias. Isso vai mudar, mas para o dinheiro que entrar no fundo até amanhã a liquidez vai permanecer até o último saque.
Suponha que você aplique hoje R$ 10 mil em commodities. O dinheiro renderá imediatamente, e até mais, se for incorporado ou transformado num FIF de 60 dias já no dia 2 de outubro (o prazo para isso vai até o final do ano).
Se for feito algum saque em cima desse depósito antes de 30 dias, você perderá o rendimento. Mas, passada essa carência, o dinheiro poderá ser retirado a qualquer dia sem perda de juros, até o último tostão, embora o fundo tenha sido convertido em FIF.
Os fundos novos terão rentabilidade definida pelo prazo. Haverá FIF de curto prazo, com liquidez diária, como no antigo fundão ou FAF, mas o rendimento será muito baixo. De cada R$ 100 aplicados, o banco terá de transferir R$ 40 para o Banco Central na forma de compulsório, sem render nada.
As outras opções para recursos que entrarão de outubro em diante serão os FIFs de 30 dias (o crédito do rendimento ocorrerá de 30 em 30 dias), com compulsório de 5%, e os FIFs de 60 dias (crédito nesse intervalo), sem compulsório. Poucos vão lançar o FIF de 90 dias.
Outra opção
Até amanhã há a alternativa de aplicar num fundo de curto prazo ou num fundão (FAF). Pode ser até melhor, porque a liquidez diária é imediata (não há a carência de 30 dias) e a rentabilidade deverá crescer se esses fundos forem transformados em FIF de 60 dias.
Há bancos, entretanto, que optaram por transformar os atuais FAFs e fundos de curto prazo em FIF também de curto prazo, com compulsório de 40%. Se for assim, o dinheiro terá liquidez já e sempre, mas renderá pouco.
Por isso, a opção até amanhã por fundos antigos de curto prazo vai depender da transição escolhida pelo banco. O ideal é consultar o gerente de sua agência.
A maioria dos bancos optou por transformar todos os fundos em FIF de 60 dias que só permitirão saques. Para depósitos, serão criados novos FIFs, de diferentes perfis (renda fixa, cambial etc.).
Alguns bancos ainda não decidiram o que fazer com os fundos de renda fixa porque, incorporados ou transformados em FIF de 60 dias, o "aniversário" a cada 28 dias só valerá uma vez. Depois, terão crédito a cada 60 dias.
O Banco Central pode rever essa regra, mantendo para os fundos de renda fixa os "aniversários" a cada 28 dias ou mesmo dando ao dinheiro "velho" liquidez diária após os primeiros 28 dias.
Se nada for mudado, a incorporação a um FIF só será feita no final de dezembro, mantendo-se até lá, portanto, o critério de crédito a cada 28 dias.

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