São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 1995
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Jornal diz que séc. 21 será dos asiáticos

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, eis a dúvida, capaz de intimidar até um Shakespeare de padaria, que assalta o são-paulino: por que o tricolor paulista, amado time brasileiro, não exibe a mesma performance no Brasileiro, que apresentou, em ritmo de melodia guarani, lá no Paraguai?
Por que?

Vendo a bela bola em ondulação -como as curvas do cabelo da morena-, disparada pelo Denílson, e que morreu em lugar jamais suspeitado pelo goleiro Arbiza, em muito coração são-paulino rebrotou o "Recuerdos de Ipacaray" (que, um dia, a Tetê Espíndola deveria cantar, em terça, com o Caetano Veloso):
-Ia renascendo o seu amor em mim, cantava o são-paulino, lembrando-se do tricolor de outrora...

O Ajax, que ontem conseguiu a sua segunda vitória na Copa dos Campeões da Europa, contra o Ferencvaros (não sei se a grafia é a correta em português do jornalismo brasileiro), em Budapeste, não perde um jogo no Campeonato Holandês, desde a temporada passada.
O campeonato atual está na sexta rodada e o time de Amsterdã não só não tomou nenhum gol, como marcou quase quatro gols, em média, por jogo.
Já vejo Tóquio em chamas. Me chama?

O Milan despontando novamente como um timaço. A conferir, a conferir.

O campeão Real Madrid e o novíssimo Barça jogam no próximo fim-de-semana.
Quem poderia supor, que, na liderança do Campeonato Espanhol, estariam o Atlético de Madrid, o Espanhol, com o Compostela dividindo o segundo lugar com o Barcelona.
Quem?

O semanário do mundinho nova-iorquino, "Village Voyce", pressionado pelos altos custos do papel jornal, acabou com a sua última página editorial, que era dedicada ao esporte desde 25.10.1983.
Ou seja, o esporte perde mais um espaço de reflexão alternativa, outsider, marginal. É uma pena, uma peninha, baby.
Na época do esporte como uma das tendências do marketing e da indústria do espetáculo, a página do "Voyce" trafegava na saudável contra-corrente.

Já o londrino e elegante "The Independent" decreta que os asiáticos dominarão o esporte no século 21.
Segundo o articulista Charles Artur, os corredores negros dominam as pistas agora, mas, no ano 2040, as medalhas de ouro e prata da prova dos 100 metros rasos estarão nas mãos de atletas da República Capitalista da China.
Quem duvida?

Seja bem-vindo, Diego Armando.

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