São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Surfe e Olimpíada
CARLOS SARLI Pela primeira vez em 20 anos que acompanho o surfe dentro e fora da água (mais da metade como jornalista), recebi material da ISA (International Surfing Association).O catálogo, discreto no tamanho, formato bolso, é bem cuidado graficamente e cheio de publicidade das principais marcas de "surfwear". O conteúdo varia dos critérios de julgamento das baterias ao incentivo à introdução do surfe na Olimpíada, passando pela promoção do novo "chairman" da entidade. Fernando Aguerre é o proprietário da Reef Brazil, marca de sandálias, com nome brasileiro, donos argentinos, produção na Coréia e sede nos Estados Unidos, que faz sucesso em todo o mundo. Aguerre é um "marqueteiro" bem-sucedido, que chega ao principal cargo executivo do segundo órgão em importância no cenário mundial do surfe e que, com a inclusão do esporte como modalidade olímpica em Sydney, no ano 2000, ganhará ainda mais importância. A ISA é a entidade que representa o surfe junto ao COI (Comitê Olímpico Internacional). Essa conquista de espaço, associada à agressividade de Aguerre (que conhecemos com seu trabalho na venda de calçados e que começa a repercutir na ISA), deve estar preocupando os executivos da ASP (Association of Surfing Professionals), entidade que domina o circo profissional do surfe no planeta. A decisão tomada recentemente pela ISA de extinguir a categoria amadora é uma mudança radical no esporte e ainda irá repercutir bastante. Em tempo: junto com o catálogo citado acima, recebi um adesivo com os dizeres: "Helping Surfing into the Olympics". Não sou adepto de presepada, mas fiz questão de colar o adesivo no meu Golzinho. A partir disso, meia dúzia de pessoas já me perguntaram: como é que vai ser quando a Olimpíada for em um país sem mar ou sem onda? Bem, a modalidade estréia em Sydney, berço do surfe australiano e a cidade que mais campeões mundiais gerou. Nada mais apropriado. A Olimpíada de 2004 tem chance de ser no Rio de Janeiro. Daí para a frente, 2008, 2012... é provável que estejamos surfando no espaço ou que piscinas com ondas sejam tão comuns como "playgrounds" em condomínios. Texto Anterior: Jornal diz que séc. 21 será dos asiáticos Próximo Texto: Notas Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |