São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 1995
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Israel e OLP assinam acordo da Cisjordânia

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Dentro de seis meses, o governo palestino vai estender à Cisjordânia funções que já exerce na faixa de Gaza e em Jericó: cobrar impostos, regular comércio, criar cortes, administrar justiça, expedir passaportes e manter reservas financeiras internacionais.
Essas são algumas das disposições do acordo a ser assinado hoje em Washington pelo primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, e pelo líder da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), Iasser Arafat.
A cerimônia será comandada pelo presidente Bill Clinton e contará com as presenças do rei Hussein, da Jordânia, e do presidente do Egito, Hosni Mubarak.
Até 1967, quando Israel ocupou esses territórios, a faixa de Gaza pertencia ao Egito e a Cisjordânia, à Jordânia. Hussein e Mubarak chegaram ontem a Washington e elogiaram o acordo.
A Síria e o Líbano, países árabes que ainda não chegaram a um acordo de paz com Israel, anunciaram que estão mandando representantes à cerimônia. Até ontem especulava-se sobre possível boicote sírio ao evento.
Hoje e amanhã, Clinton terá reuniões em separado com os quatro líderes do Oriente Médio que estão em Washington.
Os encontros com Arafat e Rabin serão logo após a cerimônia. Com Hussein e Mubarak, o presidente conversará amanhã.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Andrei Kozirev, também veio a Washington e falará durante a cerimônia.
Clinton disse ontem esperar que o acordo entre Israel e OLP provoque um "novo ímpeto para se seguir adiante" no processo de paz no Oriente Médio, o que só acontecerá depois que Síria e Líbano se entenderem com Israel.
Durante o seu governo, Clinton presidiu duas cerimônias de paz no Oriente Médio: entre Israel e OLP, em 1993, e entre Israel e Jordânia, em outubro de 1994. A paz entre Israel e Egito foi celebrada em 1978, durante a administração Jimmy Carter, em Camp David.
Aconselhado por assessores políticos, Clinton resolveu diminuir o tom da solenidade para não passar aos eleitores a impressão de que ele dedica tempo demais a assuntos externos. Mesmo assim, o presidente acha que a cerimônia vai fortalecer sua imagem de estadista e de fomentador da paz.

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